Entrevista a Rosária Casquinha da Silva, autora do livro «Da janela vejo o Sandokan»

Escrito em 13 de dezembro de 2023

Entrevista a Rosária Casquinha da Silva, autora do livro «Da janela vejo o Sandokan»

Rosária Casquinha da Silva nasceu em 1970, em Lisboa. Porém, a sua casa foi, desde os primeiros dias, a vila de Cascais. Licenciou-se em Relações Públicas e Publicidade, pelo Instituto Novas Profissões.
Em dezembro de 2019, ganha o Concurso Literário luso-brasileiro do Farol das Palavras com o texto «Estou em Casa». Em 2020, participa na antologia «Palavras Orientadas Histórias Encontradas» com o conto «A fuga». Em dezembro de 2020, lança o livro de short stories «No Meio do Nada». Promove, organiza e dinamiza os encontros do Clube de Leitura Livros no Armazém.

É mentora do projeto Cartas, Atalhos que aproximam, que tem como objetivo resgatar a tradição da escrita de cartas. Recentemente, ingressou o Mulherio das Letras Cascais, coletivo que pretende dar mais vida à cena literária do concelho de Cascais e dar voz a mulheres escritoras, editoras, compositoras, jornalistas, livreiras, tradutoras e leitoras.

A Intelectual esteve à conversa com o escritora e ficou a saber um pouco mais sobre o seu processo de escrita, as suas inspirações, temas e personagens desenvolvidos no livro «Da janela vejo o Sandokan».

 

1 - Como surgiu a ideia de escrever “Da janela vejo o Sandokan”?

Estar atenta ao que me rodeia, sentir e observar o que me vai na alma, recuperar memórias felizes, tomar nota de frases ou expressões que oiço ao acaso é o mote para criar histórias, verdadeiras ou fictícias. A ideia de escrever está presente na minha vida todos os dias. Foi assim com o primeiro livro e foi assim com o “Da janela vejo o Sandokan”. Uma reunião de pequenas histórias que me divertiram, que me fizeram pensar, que permitiram conhecer-me um pouco melhor. Depois partilhá-las com o mundo pareceu-me natural.

 

2 -  A obra faz um apelo "ao milagre da vida". Considera que é uma viagem à realidade do quotidiano ou a procura de um mundo imaginário? Ou um misto dos dois?
 
É um misto dos dois. Gosto de me perder nesta fronteira entre o que é real e o que é imaginário. É uma espécie de liberdade. É lá que tudo acontece, onde as possibilidades são infinitas, onde encontro respostas e a criatividade ganha asas. O milagre da vida passa por estarmos atentos às pequenas coisas, é permitirmo-nos acreditar que existe algo mais para além do que é óbvio e estarmos disponíveis para abraçar essa convicção. Somos muito mais do que acreditamos ser.

 

3 - Short stories requerem uma habilidade única de contar uma história de forma concisa. Como abordou este desafio?

Escrever uma short story é um lugar onde me sinto bem. É natural. O desafio será escrever uma novela literária ou um romance. Descobri esta forma de escrever, que me encanta, num workshop de escrita criativa e percebi que era fácil para mim contar algo num abrir e fechar de olhos. Desde então não parei de escrever neste registo. Sinto que uma short story é um “shot” literário para os dias apressados em que vivemos. 

 

4 - Concluído este momento, podem os leitores esperar por outro projeto literário?

Podem, sim. Neste momento, estou a trabalhar num livro em parceria com uma autora brasileira, a Amanda Lopes. Um livro escrito a quatro mãos. E 2024 vai arrancar com um novo projeto, muito desafiante. Vou começar a escrever o meu primeiro romance.